sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Bem Vindo




Chegue assim azulado 
Seja assim quente
Fique aqui por alguns meses
Faça suar a nuca, secar a boca

Me tire da cama cedo que eu corro descalça pela areia até chegar no mar
Ilumine meus dias com raios de sol inclementes
E termine cada um deles com pingos gelados de uma chuva fresca

Vem, você é bem vindo
Vem verão.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Futuro





Preciso colher os sorrisos que sai plantando inúmeras vezes com lágrimas
Pisar nas nuvens, pois meus pés já estão cansados de andar sobre as duras pedras da ilusão
Deitar em lençóis seguros, de amor duradouro
Acordar para as boas notícias, nem que para isso seja necessário quebrar a TV
E de uma vez por todas desistir de olhar pro passado e desatar o último laço, aquele mais apertado que só me fez estar presa ao irreal.

Seguir em frente, com a fé de quem acredita que o que é bom está no futuro.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ele




Ele só quer alguém que entenda os seus rabiscos, que vele seu sono e acaricie o corpo
Ele só quer alguém que não ria enquanto reclama do café que anda gelando rápido demais
Ele só quer 8 vidas pra viver tudo aquilo que planejou, imaginou e re-imaginará
Ele só quer abraços pela manhã e música durante a noite ou, dependendo do dia, tudo ao contrário
Ele só quer o silêncio de ouvir uma canção triste e achar felicidade em cada refrão
Ele só quer ser surpreendido, às 6 da manhã talvez...
Ele só quer achar as palavras certas (mas as vezes elas correm pra dentro, se escondem pra lá do coração)
Ele só quer um gole a mais de vida, de amor ou de um vinho bom
Ele só quer alguém simplesmente complicado como ele é. 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"Pra ver se brotava um sorriso por aí..."

O poema não é meu, é do Neruda.
O dia também não tava sendo meu, mas no meio da tarde li isso, e sim é inevitável não sorrir:




"Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.


Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.


Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo."

domingo, 2 de dezembro de 2012



Te amo a mil anos
Sinto o peso deles em meus ombros
Caminho só, a passos lentos por um lugar onde você não está mais 
Imaginei um amor firme, concreto e inabalável, como esse chão que piso
Mas me deparei com a incerteza das nuvens que hora estão aqui, outra hora ali
Passei do ponto de ser feliz e não sei mais a estrada de volta
Busco força, engulo o choro que desce amargo e cruel pela garganta e dá vertigem de bebida forte
Já comprei passagem para voar para longe desse amor milenar, mas sempre perco a hora, na esperança de ouvir você gritar: FICA!