quinta-feira, 24 de maio de 2012
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Não é de minha autoria, mas é do meu escritor favorito Fernando Pessoa. Esse pequeno texto diz tudo sobre o fim das coisas que precisam ter fim.
"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em
permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o
sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando
portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa
é deixar no passado os momentos que já se acabaram. As coisas passam, e o
melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora.
Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas
marcadas,
portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Antes de começar um
capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que
passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia
viver sem aquilo - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por
soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua
vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira."
Fernando Pessoa
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Aquela inocência de quem acredita em potes de ouro no final do arco íris?
Por que deixou de lado o príncipe encantado, que te salvou da masmorra da solidão e foi conversar com o sapo?
Fugiu do altar, jogou o buque no canteiro do esquecimento, rasgou o vestido branco... só porque ele não lhe traria de volta a pureza?
Lembro que você me disse que sabia o que estava fazendo, mas agora daqui, te vejo perdida nesse labirinto, sentada no canto, chorando perdida porque não sabe mais achar a saída.
Por que quer viver um conto de fadas ao contrario?? Desiste todo dia do papel de Cinderela pra se tornar a infeliz meretriz.
A felicidade não lhe foi suficiente então procurou doses diárias de aventuras letais, piores que maçãs envenenadas?
Não te entendo menina, não te entendo...
terça-feira, 8 de maio de 2012
Abriu o guarda-roupa, pegou meia dúzia de peças quaisquer
Escolheu no mapa o lugar mais longe, o vilarejo mais remoto onde as ondas de telefone não chegassem
Pensou no novo nome que iria usar
Pegou a tesoura, cortou uma franja
Aproveitou e cortou fotos, cartas, fitas e mais um pouco do cabelo
Calçou as botas, vestiu o moletom velho
Deixou um bilhete na cama
Pegou a mochila, respirou fundo
Olho para as paredes amarelas do quarto e viu da janela uma vida chamando lá fora
Uma nova oportunidade de enterrar os erros, de começar de novo.
Sentou na cama e chorou,
Por que sabia, que por mais que mudasse o local
Se não mudasse a si mesmo, tudo ia continuar igual
Assinar:
Postagens (Atom)